#Notícia
Indígenas na inclusão digital!
Nossos "índios" estão por dentro do mundo virtual, com acesso a
internet, obtêm um mundo de informações e conhecimentos. Confiram essa
matéria.
Os indígenas da aldeia de Canuanã, em Formoso do Araguaia,
já foram bastante beneficiados pelas visitas dos estudantes, afirma
Ricardo Rehder, diretor da escola-fazenda Fundação Bradesco Canuanã.
Segundo ele, um dos projetos de impacto foi o centro de inclusão digital
construído por um dos grupos do convênio entre a USP, o MIT e a
Fundação Bradesco, em 2005. "Os indígenas acessam a internet para fazer
pesquisa de preços e para conhecer outras culturas. Ao mesmo tempo,
preservam suas tradições", diz Participante do Poli Cidadã desde 2005 o
engenheiro Fernando Gil, de 28 anos, hoje ajuda a coordenar os alunos
nos projetos. Para a aldeia indígena de Canuanã, ajudou no
desenvolvimento de um teclado adequado à língua Iny, usada pela tribo
Javaés. "Na época, não foi fácil, tive de aprender a desenvolver um
driver de teclado e fazer a adaptação física", conta.
Como os
alunos buscam soluções baratas, as tecnologias de código aberto ganham
espaço no Poli Cidadã. Foi assim que Gil conseguiu produzir, com a
colega Nathalia Patrício, no ano passado, um identificador de notas de
dinheiro e cores de baixo custo, para ajudar a Fundação Dorina Nowill
para Cegos. O equipamento deve custar 200 reais, menos que os 1 200
reais cobrados pelos modelos à venda no mercado. "Tecnologias abertas e
produção nacional viabilizam um produto mais acessível", diz.
A
pacata cidade de Formoso do Araguaia, no sudoeste do Tocantins - onde
convivem famílias assentadas e grupos indígenas -, dificilmente estaria
na rota da estudante paulista Elizabeth Hamaguchi, de 23 anos. Mas, no
ano passado, ela viajou duas vezes à região, onde ficou 20 dias
convivendo com a população local e desenvolvendo soluções tecnológicas
para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Aluna do curso de
engenharia ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
(Poli-USP), ela encarou a tarefa com outros 32 estudantes - da Poli, da
Fundação Bradesco e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),
nos Estados Unidos. "Adquiri conhecimentos técnicos. Mas conhecer uma
realidade totalmente diferente foi o mais enriquecedor", afirma
Elizabeth. Ela participou do desenvolvimento de um filtro de água de
baixo custo, para remover partículas de ferro que existem em excesso no
rio Javaés. "Tomamos o cuidado de utilizar materiais acessíveis à
população."
Para estudantes universitários, projetos como esse
são um exercício que traz, por tabela, benefícios às comunidades
envolvidas. Estudantes de engenharia da USP podem se dedicar às
atividades do programa de extensão, chamado de Poli Cidadã. Segundo o
coordenador do programa, o professor Antonio Mariani, os alunos já
realizaram 100 projetos desde 2005. "É uma forma de motivá-los a
encontrar soluções baratas e aumentar a sensibilidade deles para a
realidade brasileira", diz. Além da USP, outras universidades, como a
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), engajam os alunos em iniciativas sociais.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/tecnologia-exclusao-609025.shtml
Foto: Erin Beasley
Foto: índios da aldeia Canuanã, com Tv parabólica ao fundo
Canuanã: a aldeia indígena no sudoeste de Tocantins recebe estudantes dispostos a ajudar a população local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário