segunda-feira, 13 de maio de 2013

Indígenas na inclusão digital!

#Notícia
Indígenas na inclusão digital!
Nossos "índios" estão por dentro do mundo virtual, com acesso a internet, obtêm um mundo de informações e conhecimentos. Confiram essa matéria.

Os indígenas da aldeia de Canuanã, em Formoso do Araguaia, já foram bastante beneficiados pelas visitas dos estudantes, afirma Ricardo Rehder, diretor da escola-fazenda Fundação Bradesco Canuanã. Segundo ele, um dos projetos de impacto foi o centro de inclusão digital construído por um dos grupos do convênio entre a USP, o MIT e a Fundação Bradesco, em 2005. "Os indígenas acessam a internet para fazer pesquisa de preços e para conhecer outras culturas. Ao mesmo tempo, preservam suas tradições", diz Participante do Poli Cidadã desde 2005 o engenheiro Fernando Gil, de 28 anos, hoje ajuda a coordenar os alunos nos projetos. Para a aldeia indígena de Canuanã, ajudou no desenvolvimento de um teclado adequado à língua Iny, usada pela tribo Javaés. "Na época, não foi fácil, tive de aprender a desenvolver um driver de teclado e fazer a adaptação física", conta.

Como os alunos buscam soluções baratas, as tecnologias de código aberto ganham espaço no Poli Cidadã. Foi assim que Gil conseguiu produzir, com a colega Nathalia Patrício, no ano passado, um identificador de notas de dinheiro e cores de baixo custo, para ajudar a Fundação Dorina Nowill para Cegos. O equipamento deve custar 200 reais, menos que os 1 200 reais cobrados pelos modelos à venda no mercado. "Tecnologias abertas e produção nacional viabilizam um produto mais acessível", diz.

A pacata cidade de Formoso do Araguaia, no sudoeste do Tocantins - onde convivem famílias assentadas e grupos indígenas -, dificilmente estaria na rota da estudante paulista Elizabeth Hamaguchi, de 23 anos. Mas, no ano passado, ela viajou duas vezes à região, onde ficou 20 dias convivendo com a população local e desenvolvendo soluções tecnológicas para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Aluna do curso de engenharia ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), ela encarou a tarefa com outros 32 estudantes - da Poli, da Fundação Bradesco e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. "Adquiri conhecimentos técnicos. Mas conhecer uma realidade totalmente diferente foi o mais enriquecedor", afirma Elizabeth. Ela participou do desenvolvimento de um filtro de água de baixo custo, para remover partículas de ferro que existem em excesso no rio Javaés. "Tomamos o cuidado de utilizar materiais acessíveis à população."

Para estudantes universitários, projetos como esse são um exercício que traz, por tabela, benefícios às comunidades envolvidas. Estudantes de engenharia da USP podem se dedicar às atividades do programa de extensão, chamado de Poli Cidadã. Segundo o coordenador do programa, o professor Antonio Mariani, os alunos já realizaram 100 projetos desde 2005. "É uma forma de motivá-los a encontrar soluções baratas e aumentar a sensibilidade deles para a realidade brasileira", diz. Além da USP, outras universidades, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), engajam os alunos em iniciativas sociais.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/tecnologia-exclusao-609025.shtml
Foto: Erin Beasley
Foto: índios da aldeia Canuanã, com Tv parabólica ao fundo
Canuanã: a aldeia indígena no sudoeste de Tocantins recebe estudantes dispostos a ajudar a população local.

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